Kwarwp

Game de programação para o aprendizado de Python

Aprendendo linguagem de cobra

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Projeto Kwarwp

 

O projeto Kwarwp propõe um jogo de aventura onde se joga produzindo programas na linguagem Python.

O curumim Kaio Kaiowa se torna aprendiz do Pajé para ajudar sua tribo, e todas as nações indígenas que sofrem grandes perdas no conflito com os interesses ganaciosos do homem branco.

Dança do kuarup,índios celebram seus mortos -Luiz de castro

 

Kuarup (pesquisas)

 

 Kuarup

                                                                                      Kuarup

Kuarup é uma madeira que dá nome a um ritual indígena, cujo significado para os índios é a despedida dos mortos e encerramento do período de luto.

O ritual tem origem no mito sobre a tentativa do Pajé Mavutsinim de ressuscitar seis pessoas mortas. Segundo os índios do Alto Xingú, o Pajé preparou seis troncos de madeira que seriam transformados para terem vida, e avisou que naquela noite quem tivesse relações sexuais não deveria sair de casa.

A experiência de ressurreição começava a surtir efeito, quando um índio curioso que desobedeceu ao aviso, se aproximou. Nesse momento, os troncos pararam de se mexer. Muito descontente, o Pajé disse que a partir daquele momento só tentaria ressuscitar as almas dos mortos.

Desde então, os índios acreditam que através do Kuarup as almas dos mortos vão se libertar e viver em outro mundo.

O Kuarup é uma festa muito importante que acontece uma vez por ano no Parque Indígena do Alto Xingu e dura dois dias. Durante as celebrações há comida, danças, cânticos, rezas e o momento das lamentações, quando na aldeia são erguidos troncos de madeira pintados e enfeitados com faixas de cor amarela e vermelha e alguns objetos do morto. Cada tronco representa um morto.

Nessa cerimônia, os índios choram pela última vez a partida dos seus entes queridos. A festa marca o fim do período de luto.

Quando morre algum membro de uma aldeia, os seus parentes precisam se organizar para festeja-lo no Kuarup, pois a realização do ritual exige um grande incremento na produção de alimentos. A morte de um membro de grande prestígio social vem mobilizar toda a aldeia para os preparativos do ritual e para a cumulação da produção necessária. A família do morto será a anfitriã dos participantes das outras aldeias convidadas e a encarregada de prover-lhes alimento durante a festa. Outras famílias, de menor posição social e econômica, que também querem prestar homenagem a seus mortos, contribuem de maneira mais modesta.

Os preparativos começam 15 dias antes. São realizadas grandes pescarias, pois o grupo tem que oferecer alimentação para outros grupos convidados. Uma semana antes da cerimônia são cortados os troncos que representam os mortos. Eles ficam escondidos na mata até a véspera do cerimonial. O ápice do ritual é precedido por uma série de atividades: a preparação dos alimentos derivados da mandioca, a pescaria a busca dos troncos e o preparo dos ornamentos.  Os pariat (mensageiros) saem convidando outras aldeias. Preparados os troncos, eles são colocados em seus devidos lugares. As mulheres são obrigadas a ficar nas malocas, de portas fechadas. Quando os troncos são enfiados nos buracos, os índios dão um grande grito. É o sinal para que as mulheres possam sair, trazendo os adornos dos seus mortos para iniciar o ritual. Os parentes, chorando, vão colocando plumas, colares e tudo o mais que o morto usava, como se estivessem vivos.


Os rapazes entre 16 e 17 anos encontram-se recolhidos às malocas, há três meses e o mesmo ocorre com as moças púberes. Eles só saem da reclusão no dia do Kuarup. Eles para lutar o huka-huka e as moças para serem apresentadas. Ao amanhecer, os índios  pintam os lutadores de huka-huka, que permanecem toda a noite em claro, pois, crêem que se dormirem, poderão sonhar e perder a luta. O dono da festa vai até o centro da aldeia e começa a chamar os lutadores. O primeiro grupo é formado por sete lutadores que, ao serem chamados, vão se colocando de joelhos, com as mãos no chão, em frente ao grupo a ser desafiado. O mesmo é repetido com relação a todos os grupos visitantes. Quando os sete homens se defrontam, começa o combate entre os rapazes que saíram da reclusão. Encerrada a apresentação, as moças que estavam enclausuradas e que irão se casar, acompanham os tocadores de flauta uruá pela aldeia, dançando com as mãos em seus ombros e entrando de maloca em maloca. No final da tarde, os tronos Kuarup são retirados dos buracos e jogados no rio ou na lagoa. Nesse momento os índios choram, pela última vez, a memória dos seus mortos.

 

 

Preparação do tronco
 
        Tudo pronto, aos gritos de há-ha, vão os homens às malocas e de lá voltam acompanhados das mulheres e crianças. As mulheres, de cabelos soltos, trazendo algumas frutas e guloseimas, em largas folhas de palmeira, outras, ricos cocares, plumagem de coloridos vivos, braceletes e colares. Aproximam-se em passos harmoniosos dos kuarupes e, em voz baixa como um sussurro, travam com eles um pequeno diálogo, que parecem exprimir toda a gratidão, falando-lhes das saudades que deixaram, oferecendo-lhes ao mesmo tempo os frutos e guloseimas.
        Ao cair da noite, os homens trazem da floresta archotes de palha incendiados, cuja luz faz brilhar os corpos untados de urucum em reflexos metálicos que desenham toda a beleza dos seus corpos.
        A “dança do fogo” começa primeiro em passos cadenciados. Em seguida o ritmo aumenta de velocidade ao som do chocalhar dos maracás e das canções místicas. O pajé é o responsável pela evocação a Tupã, implorando fazer voltar à vida os mortos ilustres que estão sendo representados pelas toras. O momento ideal para o ritual é quando a lua cheia se encontra no máximo de sua beleza.
        Terminando a evocação, os homens se dispersam pelo terreno em pequenos grupos, enquanto só o pajé continua a entoar as suas loas até o alvorecer. As mulheres voltam para ouvirem os cânticos que anuncia o sol, feito voltar à vida os mortos ilustres.
        Então começa a dança da vida, que é executado pelos atletas da tribo, cada um trazendo ao ombro uma longa vara verdejante, símbolo dos últimos nascidos na comunidade. Os atletas formam um grande círculo correndo em volta dos kuarupes, ao mesmo tempo em que os reverenciam. Depois o grande círculo se divide em dois, e rapidamente vários grupos são formados, representando cada um uma tribo.
 
Dança do Fogo
Primeiro em passos cadenciados depois em um crescendo cada vez maior, ao ritmo do chocalhar dos maracás e das canções místicas, até se fazer ouvir a voz do pajé, numa evocação a Tupã, implorando fazer voltar à vida aqueles mortos ilustres. Neste exato momento a lua cheia se encontra em seu máximo esplendor.

Terminando a evocação os homens se dispersam pelo terreno em pequenos grupos, enquanto só o pajé continua a entoar as suas loas até o alvorecer.
De novo voltam as mulheres para ouvirem os cânticos que lhes anunciam ter o sol feito voltar à vida os mortos ilustres.

Então começa a dança da vida e é executada pelos atletas da tribo, cada um trazendo ao ombro uma longa vara verdejante, símbolo dos últimos nascidos na comunidade.
Os atletas formam um grande círculo correndo em volta dos kuarupes ao mesmo tempo que em gestos e curvaturas os reverenciam. Depois o grande círculo se divide em dois e logo cada qual se dissolve em vários grupos representando a sua respectiva tribo.

huca-huca

É um momento de intenso silêncio, homenagem a estes últimos nascidos. Finda a homenagem, as diversas tribos executam uma luta que denominam ?Uka-uka*? uma espécie de luta romana. Encerram a cerimônia em que os Kuarupes são, em festiva procissão, levados para o rio, e lá, entregues às suas águas.

 

Pesquisa Kwarup

 

Achei um site que explica muito bem todo o ritual do kwarup. Tentei resumir, mas não tem como, todas informações (detalhes) são importantes.

"O Kwarup (nome do ritual na língua kamaiurá, como ficou mais conhecido) é considerado o grande emblema do Alto Xingu, tanto por seus membros como pelos de fora, sendo inclusive conhecidos por moradores das grandes cidades do Brasil, através da mídia. Trata-se de uma cerimônia funerária, que envolve mitos de criação da humanidade, a classificação hierárquica nos grupos, a iniciação das jovens e as relações entre as aldeias (a esse respeito, ver o item "cosmologia e rituais"). Tanto o líder ou "dono de aldeia" como os "donos de casas" tem uma forma diferenciada de sepultamento. No caso dos habitantes "comuns", o corpo é envolvido por uma rede, deitado numa cova, depois coberto por uma esteira, sobre a qual se põe terra. Para os chefes, há pelos menos dois tipos de enterro. Num deles, o corpo é amarrado a uma armação de madeira semelhante a uma escada, e introduzido na cova de modo a ficar de pé, com a face voltada para leste; no outro, cavam-se duas covas, a uma distância de três metros uma da outra, e ligadas por um túnel. Em cada cova se põe um poste. O corpo é colocado numa rede que passa pelo túnel e tem seus punhos amarrados aos postes. Em ambos casos se faz uma câmara funerária, pois as bocas das covas são tapadas com esteiras e panelas de cerâmica emborcadas, em cima das quais se põe a terra. Algum tempo após o sepultamento de um líder, aqueles que prepararam o corpo e o depositaram na tumba pedem aos parentes próximos do falecido para erigir uma cerca em torno da sepultura. A aceitação do pedido por um deles é o início do ritual do Kwarup, que compreende um longo período. Seu encerramento ocorre na estação seca, no tempo da desova da tartaruga tracajá, por volta de agosto ou setembro. Para essa cerimônia final, a aldeia que está sediando o Kwarup faz um convite para os outros grupos alto-xinguanos. O parente que deu a permissão para a construção da cerca se torna o “dono” do Kwarup, ou seja, responsável pela organização do rito e pelo fornecimento de alimento e bebida para todos os convidados, devendo para isso dispor de uma boa produção de mandioca. Parentes de outros “homens célebres” falecidos também serão solicitados pelos respectivos coveiros, e, ao aceitarem, se tornarão “donos” secundários do mesmo Kwarup. O “dono” principal e os secundários convidarão, por sua vez, parentes de "homens comuns" falecidos a se juntarem ao mesmo rito. Mas haverá uma só cerca, que marcará a sepultura daquele que foi motivo do primeiro convite. Os coveiros ainda exercerão a importante atividade de ligação dos “donos” com o restante da aldeia e, no final do rito, também com os convidados. Pouco tempo depois da ereção da cerca, os parentes dos falecidos são banhados e pintados pelos coveiros. Nessa ocasião, os instrumentos de percussão constituídos por um molho de cápsulas de castanhas de pequi usados no período inicial de luto são substituídos pelos maracás, cujos tocadores, em número de dois, agitam diante da cerca da sepultura, e terão sua atividade mais intensa na última noite do rito, quando tocarão todo o tempo diante dos troncos do Kwarup. A segunda providência importante é a colheita de grande quantidade de frutos de pequi, que amadurecem em novembro e dezembro. Os frutos colhidos vão sendo depositados no interior da cerca que marca a sepultura, até encher seu espaço interior. Eles são fervidos, sua polpa é armazenada em cestas forradas com folhas, que são guardadas no fundo de uma lagoa. Suas sementes também são guardadas em cestinhas. Já os peixes têm de ser pescados no máximo cinco dias antes do encerramento do rito, dada a dificuldade de conservá-los, mesmo moqueados. Ao longo dos meses que se seguem até o encerramento ocorrem, não necessariamente todos os dias, dois tipos de danças e o toque de longas flautas (uruá, na língua dos Kamaiurá), sempre retribuídos com oferecimento de alimentos pelos “donos” do Kwarup. O foco de orientação dessas atividades rituais é sempre a cerca sobre a sepultura. O ideal de convidar para o rito o maior número de aldeias possível é limitado pela disponibilidade de alimentos e pelo estado das relações entre elas. Um mensageiro, tirado do grupo dos coveiros, com dois acompanhantes, é enviado a cada uma para fazer o convite, pautado por uma etiqueta que lhes é bem conhecida. No pátio da aldeia promotora do rito, cada falecido homenageado é representado por uma seção de tronco de cerca de dois metros. São de uma espécie vegetal que tem distintas denominações conforme as diferentes línguas xinguanas. Os Kamaiurá a chamam de Kwarup, a mesma madeira com que o herói mítico fez as mulheres que enviou para se casarem com o jaguar. Os troncos são colocados um ao lado do outro, de pé, embutidos em buracos de 50 cm de fundo. São pintados e ornamentados com adornos plumários e cintos masculinos. A única distinção entre os troncos que representam homens e os que representam mulheres é que os primeiros são guarnecidos com mechas de algodão não fiado. Também os homens comuns falecidos têm direito a ser representados por troncos, porém menos grossos e com ornamentação mais simples. Os espíritos dos mortos homenageados ficam junto aos troncos na última noite do rito e a isto se reduz a sua participação. Os troncos do Kwarup se tornam então o foco das evoluções rituais, enquanto a cerca em volta da sepultura é desfeita e transformada em lenha para as fogueiras dos acampamentos das aldeias convidadas, cujos representantes chegam no dia que precede a última noite do rito. Ao chegarem, os mensageiros que fizeram o convite conduzem pela mão os “capitães” dos convidados de cada aldeia, tendo seu na frente o chefe, aos quais se oferece assento e alimento no pátio. Depois de servidos, retiram-se de volta para o acampamento. Ao anoitecer, acendem-se fogueiras diante de cada tronco do Kwarup. Enquanto os moradores da aldeia anfitriã se revezam, velando os troncos e chorando os falecidos homenageados, os visitantes, cada acampamento por sua vez, entram na aldeia, trazendo achas de pindaíba para remanejar as fogueiras, numa cena movimentada e tensa. Ao amanhecer, os anfitriões e os convidados se preparam para o huka-huka, luta que nessa terminologia kamaiurá lembra os gritos dos lutadores ao se defrontarem imitando o rugido da onça. Os anfitriões enfrentam uma aldeia convidada de cada vez, começando por lutas individuais de campeões reconhecidos. Seguem-se lutas simultâneas de vários pares de rivais, até as lutas dos muito jovens. Os lutadores se defrontam batendo o pé direito no chão, dando voltas no sentido dos ponteiros do relógio, com o braço esquerdo estendido e o direito retraído, enquanto gritam alternadamente: hu! ha! hu! ha! Até que chocam as mãos direitas e enlaçam o pescoço do adversário com a esquerda. A luta, que pode durar poucos segundos, termina quando um dos adversários é derrubado, o que não tem que ocorrer literalmente, bastando que a parte posterior de um de seus joelhos seja agarrada pela mão do outro, o que é considerado condição suficiente para provocar-lhe a queda. As aldeias convidadas não lutam entre si. Os enfeites dos troncos do Kwarup podem ser dados aos lutadores vencedores e também aos dois tocadores de maracá. Após a luta, uma das moças que estava em reclusão pubertária, muito clara por não ter apanhado sol durante meses e de cabelos muito compridos, com franja até o queixo, por não lhe terem sido cortados, oferece sementes de pequi aos líderesde uma das aldeias convidadas, enquanto os “comuns” da mesma aldeia lhe retiram as jarreteiras. Isso é repetido com os representantes de cada uma das aldeias convidadas. O ato tem uma conotação sexual bastante clara, pois tanto no mito quanto no cotidiano a mulher tem relações sexuais sem as jarreteiras. Além disso, admitem os xinguanos que o atual cheiro do pequi foi transferido por um herói mítico do sexo das mulheres para essa fruta. É então oferecido alimento aos visitantes. Duplas de tocadores de flautas uruá (em kamaiurá) visitantes e também anfitriões sopram esses instrumentos, acompanhados de moças que saíram da reclusão, e se movimentam pela aldeia, entrando e saindo das casas. O rito termina com a despedida dos convidados."

Minha fonte de pesquisa foi o site: http://pib.socioambiental.org/pt 

Nesse site contem informações sobre milhares de tribos indígenas. Acho válido darem uma olhada.

 

Created by carlo at 14/02/2014 às 14:36

Updated by carlo at 12/09/2014 às 17:47

Tags:
python educação game lúdico




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